Eu decidi ir a Białystok porque minha amiga Monika é de lá e o seu namorado, Paul, um inglês bem doido, também já tinha ido lá e me recomendou a cidade, como uma cidade polonesa não turística, onde eu iria conhecer o modo de vida do povo polonês. Białystok é a maior cidade do nordeste da Polônia, localizada a menos de 40 km da divisa com Belarus (Bielo-Russia). Nós pegamos um ônibus noturno de Cracóvia para Białystok e chegamos por volta das 7 da manhã. Como o ônibus iria para Minsk, nós descemos no meio de uma estrada e fomos a pé até a casa da Monika. Andamos cerca de 1 hora até chegarmos lá. Nós ficamos na casa da Monika e pude conhecer seus pais, sua irmã mais velha e seu irmão mais novo. Ela ainda tem uma irmã mais nova, chamada Martha, mas já a havia conhecido na Irlanda. Todos super gente boa. Naquele dia nós não saímos pois a Monika queria matar a saudade da família, e aí ficamos conversando (Eu pelo menos tentando com meu polonês meia boca), comendo comidas típicas e bebendo. Foi aí que fui apresentado ao tal da Malinówka, uma vodka caseira com 92% de teor alcoólico que entre eles é chamada de Bimber. Não preciso nem dizer que fiquei completamente bebado com isso, afinal tomei 9 doses desse negócio.
Vista dos prédios em um bairro da cidade da varanda do prédio de onde eu estava.
Pawel brincando no PC, o Paul tentando conectar a net e a Monika aspirando a casa
No dia seguinte (E com uma ressaca horrorosa devido ao Bimber) resolvemos andar pela cidade. Neste dia o frio chegou com força (-22ºC) e para sair de casa eu tive que tomar mais uma dose, mas não por gosto, e sim para poder sobreviver ao frio. Dei uma olhada pela janela e vi que não estava nevando (menos mal). Um fato curioso é que os prédios residenciais são todos em entilo soviético, com blocos enormes e meio que "padrões". Eles me disseram que durante o socialismo soviético, toda a população ganhou um apartamento pra morar e que, depois do fim do socialismo, as especulações imobiliárias chegaram e mandaram várias famílias pra rua, infelizmente...
Ruas no bairro Zielone Wzgórza
Na manhã seguinte quando o frio chegou e ainda não tinha começado a nevar
Saímos de casa e fomos pegar um ônibus pro centro. O bilhete custou Z$ 2,60 (+- R$1,90) ida e volta. É impressionante como os ônibus são pontuais. O nosso iria passar as 10:03 da manhã e chegou exatamente na hora. Todos os ônibus são obrigados a parar em todos os pontos, e como eles andam em faixas exclusivas e já calcularam quanto tempo eles ficam parados nos semáforos, então é possível prever com perfeição a hora em que eles passam. Assim que chegamos na estação de trens, andamos um pouco por ruas muito bonitas e extremamente organizadas e chegamos ao centro, conhecido como Osiedle Centrum. É uma praça bem bonita e aconchegante, com vários bares e lanchonetes a preços bem acessíveis.
Dworzec Kolejowy Białystok Główny (Estação de Trens de Białystok)
No começo da Rua Lipowa, na altura do nº 50.
Câmeras de segurança acima dos semáforos. Se você cruzar com o sinal verde, você é identificado e multado.
Na praça Rynek Kościuszki
Na parte de trás da Rynek Kościuszki
Depois desse rápido passeio, fomos comer num restaurante onde só os poloneses vão. Ele é meio escondido e se chamava Podlasie. Só sei que é embaixo de uma escadaria próximo a praça, mas ele é no começo da rua Suraska. Como ele é mais barato do que todos os outros, lá é lotado e você precisa de senha pra entrar. Como os números são aleatórios e a Monika e o Paul entraram primeiro do que eu, eu pensei: To fudido. Como que vou pedir comida em polonês? Aí pedi as únicas coisas que sabia falar na época, que foi batata frita com creme de cogumelos, salada e suco. Pronto. Esta foi a minha refeição. Ahn é, isso em polonês é frytki z sosem grzybowym. Sałatka i sok. Acho que consegui até pedir muita coisa rs. Depois que me juntei aos meus amigos na mesa, eles começaram a rir de mim e apostaram entre eles o que eu iria pedir hahaha. A comida foi bem gostosa e custou só 7 Złoty (+- 5 reais).
Meu prato famoso composto por frytki z sosem grzybowym z sałatką i sok. :)
Depois andamos mais um pouco, fomos ao museu Podlaskie, que conta a história de Białystok durante a Segunda Guerra Mundial, mas não pude tirar fotos de lá de dentro. Caso tirasse e fosse pego, a multa seria altíssima então preferi não arriscar. Após isso pegamos um ônibus de volta pra casa e passamos no Biedronka, a maior rede de supermercados da Polônia pra comprar lanches pra noite. Me senti um tremendo analfabeto naquele mercado e peguei somente iogurte, pão integral e queijo de soja (consegui até comprar muita coisa, me guiando somente pelas imagens). Como fiquei um bom tempo na cidade, no fim já estava até respondendo o povo quando me perguntavam algo :)
Paul e eu no centro de Białystok
Eu e Paul indo ao Biedronka já no final da tarde.
No dia seguinte, como se não bastasse o frio, a neve também chegou e com isso a paisagem fica linda, mas os tombos causados pelas escorregadas na neve ficam mais bonitos ainda. Fomos novamente ao centro e finalmente a Monika resolveu tirar uma foto. Ela não gosta de tirar fotos porque se acha muito feia (Até concordo). Depois de umas fotos na Rynek Kościuszki, a Monika nos levou a melhor Universidade de Białystok, chamada Uniwersytecki Szpital Kliniczny w Białymstoku (Sim, o nome é esse e não sei a tradução). Antes de chegar a tal Universidade, tiramos umas fotos num parque chamado Park Pałacowy que aparenta ser muito bonito, mas como estávamos no inverno, estava tudo seco e congelado, assim como um rio que passa por ele.
Neve fraquinha no dia seguinte em Białystok
Finalmente uma foto da Monika e do Paul
Eu e Paul no rio congelado no Park Pałacowy
Realmente congela tudo
Eu na parte da frente do Pałac Branickich
Fonte congelada
Construção típica da Polônia
Andamos um pouco e fomos a um shopping. A Monika me disse que os melhores preços estavam lá. Realmente estavam, o problema é que sempre viajo com pouco dinheiro e não pude comprar nada.
Com isso a noite foi caindo e decidimos procurar algum lugar pra ir sem precisar ir pra casa. A Monika nos indicou dois lugares legais e que são um do lado do outro. Pizzaria Savona e um bar chamado Barcelona. Cada um na sua particularidade, mas os dois são muito bons. Ficamos até umas 22:00 por lá e em seguida fomos pra uma balada. A Monika me disse que era a melhor da cidade mas eu não gostei. Ainda pensei: Se essa era a melhor, imagina a pior? Enfim...
Foto dos bares tirada com o celular
Os dias foram passando e como uma cidade grande de interior, eu gostei bastante. Eu poderia me extender mas acho que seria enrolação. No fim, eu gostei muito da cidade, voltaria lá outras vezes fácil e ainda se pudesse levaria meus pais e amigos. Enfim, se quiser fazer uma viagem diferente, recomendo.
Neste vídeo abaixo é um resumo deste texto e também com algumas informações extras da cidade.
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