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A cidade mais insana e louca que já fui na minha vida. Mas vou deixar a empolgação à parte por enquanto e vou descrever com calma meu passo a passo rs.
Eu fui para Amsterdam com meu amigo Rodrigo. Nós estávamos em Paris e para economizar uma noite de Hostel, decidimos pegar um ônibus durante a madrugada. Pegamos um da viação Eurolines e custou 49 euros (Sim, bem caro, mas de avião era bem mais caro). Saímos as 23:00 hrs de Paris e chegamos as 6:30 da manhã do dia seguinte. Chegamos à Estação Amstel em Amsterdam (Trem e ônibus) antes das 6 da manhã e não tinha nada aberto, nem os trens estavam ainda em funcionamento na Estação, sem falar da chuva que insistia em cair. Percebemos vários turistas também perdidos, pois não havia informação nenhuma em inglês para prosseguirmos para o centro. Nós iríamos ficar no Hostel Centraal, que é teoricamente perto da estação, mas como tínhamos acabado de chegar muito cansados e com chuva, preferimos pegar um trem para o centro.
Lado de dentro da Estação Amstel
Eu e o Rodrigo decidimos dar uma volta pela estação e achamos umas máquinas que vendiam tickets e decidimos comprar uma para o centro. Deu certo. Nesta hora, a estação já estava um pouco mais cheia e perguntamos para um senhor onde embarcar e ele nos indicou. Esperamos por um trem que demorou para chegar e embarcamos. Chegando ao centro outro problema. Teríamos que pegar um Tram (Trem de superfície urbana) até o local indicado. Como falta informação, eu e o Rodrigo fomos perguntando, até que achamos uma cabine do trem e a funcionária nos indicou onde e qual linha pegar (no caso, linha 9). Chovia muito e por sorte o Tram já estava no ponto. Nem sabíamos como pegar aquele negócio até que outro senhor nos ajudou.
Parte de Amsterdam com o Tram passando
Enfim chegamos ao Hostel, que é um pouco afastado da muvuca. Como o check-in só é feito ao meio dia e eram quase 9:30 da manhã, perguntamos ao atendente do Hostel sobre algum lugar para comer (Este não possuía café da manhã). Ele nos indicou um local a menos de 2 minutos a pé chamado Taste-Coffee to Walk. O local é muito bom: Comida gostosa e atendentes super simpáticos. Eu e o Rodrigo enchemos o bucho e saiu 16 euros para os 2.
Essa portinha é a entrada do Hostel
Voltamos ao Hostel, guardamos nossas bagagens e fomos andar por Amsterdam até dar a hora do check-in. Mesmo com mapa, é extremamente difícil andar em Amsterdam, pois as ruas são praticamente iguais e os canais que as cortam também (E eu tenho facilidade com mapas devido a minha prática, inclusive como professor de Geografia). Queríamos ver como era a arquitetura local, os Coffee Shops (onde o povo usa algo "ilícito", mas lembrando que lá é legalizado rs), além do famoso Red Light District (Distrito da Luz Vermelha). Sim, aquele mesmo onde as mulheres ficam se exibindo na vitrine. É extremamente proibido tirar fotos delas e do Bairro, mas tem sempre alguém que dá um jeito (Como eu fiz).
Porém como era cedo ainda, decidimos andar à toa e ficamos impressionados com as construções de lá. Os prédios são incrivelmente tortos e não caem. Impressionante.
Não é montagem. É torto mesmo
Mais prédios tortos, e é em toda Amsterdam
Feito este pequeno passeio, eu e o Rodrigo fomos direto para a fábrica da Heineken (Para quem não sabe, a Heineken é holandesa). Foi um pouco complicado de achar a fábrica, porque como disse antes, não é fácil andar por Amsterdam, mesmo com mapa. É uma experiência incrível e posso afirmar com convicção que foi a melhor cerveja que já tomei na vida. Imagina tomar uma Heineken geladinha recém preparada? Até a cor é diferente. Pagamos 17 euros para entrar com carteira de estudante (Sim, é válido lá) e tínhamos direito a uma pulseira, 1 copo pequeno de 200 ml (este com a cerveja recém fabricada e tirada na hora para degustação) e duas pint de 569 ml cada. É quase que um parque de diversões, com Cinemotion (Tipo de Cinema 4D), histórias sobre a cerveja, brincadeira de DJ e discoteca, um corredor que se mexe quando você anda entre outros. Eu e o Rodrigo fomos em seguida tomar as nossas pint. Nesse meio tempo, fizemos amizade com três pessoas dos EUA que também estavam impressionados com a fábrica e que nos disseram que iriam para o Rio de Janeiro na Copa do Mundo. Fiquei surpreso, afinal eles não gostam muito de futebol. Mas eles disseram que viajam muito, e por onde passam, tem sempre alguém falando de futebol com eles e por isso passaram a assistir partidas de futebol :)
Ticket escaneado
Rodrigo e eu saboreando uma na fábrica da Heineken
Parte da fábrica vista por fora
Em seguida voltamos pro centro pra achar algo pra comer. Como sou vegetariano, fica mais difícil achar comida. Como em Paris eu havia comido Falafel vegetariano, em Amsterdam não foi diferente. Até o Rodrigo entrou na onda e comeu também. Uma delícia por somente 5 euros. Após a pausa do almoço-lanche, seguimos pelo centro. O que é mais impressionante é que para onde íamos, sempre parávamos no mesmo lugar, o Montelbaanstoren. Esse local é a torre de um banco, e pela descrição dela, foi construída em 1516.
Montelbaanstoren
É impressionante o número de sex shops e canais em Amsterdam. Acho que esses são bons motivos pra se perder também, porque tem canal e sex shop em qualquer lugar rs. Numa dessas andanças eu e o Rodrigo ficamos encantados com uma livraria (Sim, em Amsterdam rs). Logo na vitrine haviam vários livros de autores brasileiros, como Eça de Queiroz e Graciliano Ramos. Achamos o máximo, ainda mais que ao lado da livraria havia uma loja de venda de sementes. Mas não é qualquer tipo de semente. São sementes de maconha, haxixe entre outras do tipo, e vc pode comprar, levar pra casa e plantar, afinal lá é tudo liberado. Inclusive nesta loja vendem-se... ahn... Balas com estas sementes que você pode levar para casa ou simplesmente chupar como se fosse de hortelã hehe.
Livros de autores brasileiros numa livraria em Amsterdam
"Balas" e sementes à venda
Continuando a andança, paramos num local chamado De Dam. É uma praça no centro histórico de Amsterdam e percebemos que em volta desta praça haviam vários hotéis, gift shops, o Museu de Cera Madame Tussauds e o Palácio Real de Amsterdam. Ou seja, é um local muito badalado. Eu não fui ao museu pois já havia ido em Londres, então em Amsterdam não me interessou. Quando eu e o Rodrigo entramos em uma das gift shops para olhar alguns preços, começou a cair um toró. Esperamos um pouco mas a chuva não parava. Eu comprei uma lembrança e tivemos que comprar um guarda-chuva grande (Prejuízo de 10 euros) e continuamos andando para a parte traseira da praça famosa.
Praça De Dam
Palácio Real
Continuamos andando pela praça mesmo até a chuva acalmar um pouco e ficamos entrando em todas as gift shops possíveis pra fazer hora. Até que finalmente ela parou e pudemos continuar andando. Fomos para os fundos do palácio e vi uma construção lindíssima. Esta construção faz parte de um conjunto de lojas chamada de Nieuwe Kerk. Parecia até construção de filme rs.
Foto Nieuwe Kerk
Como já estava um pouco tarde, continuamos andando pelas redondezas e decidimos voltar ao Hostel para podermos descansar um pouco e poder aproveitar a noite no bairro “proibido” rs.
Depois de uma cochilada de 1 hr e banho tomado, fomos a rua para o Rodrigo comprar sabonete e para comermos alguma coisa na rua. Compramos coisas do mercado mesmo, fizemos um lanche e finalmente fomos para o Red Light District.
Nos aproximamos do bairro por uma rua errada e já estávamos loucos querendo ver como funcionava, até que perguntamos para um chinês dono de uma loja lá e este nos indicou que começava na rua ao lado hahah. Finalmente chegamos e a primeira impressão é de incredulidade. É muito sem noção ver todos os tipos de mulheres de diferentes formas, idades e países se exibindo para ter sexo. Sexo caro na verdade. Na época, nós estávamos solteiros e doidos pra experimentar tal tipo de serviço lá, mas não o fizemos e ficamos decepcionados. As mais feias e velhas custam 30 euros por 15 minutos por cada “serviço” (Se é que vc me entende). As mais bonitas custam 50 euros por 15 minutos nas mesmas circunstâncias e as top custam acima de 400 euros por meia hora, mas com serviço “completo” rs. Ou seja, impossível para pobretas como nós.
Red Light District, foto tirada escondida pelo celular
Decidimos ir um Museu do Sexo (um dos muitos que existem lá). Pagamos 3 euros e entramos. Confesso que esperava mais, mas foi bom. Vários artefatos, pinturas e até vídeos de sexo para crianças hahaha. Amsterdam é realmente muito louco. Existem alguns pontos para tirar fotos. Algumas esculturas impressionam, principalmente por terem mais de 500 anos e de vários países.
Fazendo graça dentro do museu do sexo
Nós passamos em outros lugares “sexuais”, mas nada de tão interessante. Decidimos então em ir em alguns Coffee shops (Locais onde o consumo de maconha e haxixe são permitidos) e ficamos curiosos com aquilo tudo. Sentamos, pedi uma coca (não a droga, o refrigerante) e comi 2 bolinhos de haxixe. Na verdade, eu acho que não havia haxixe neles. Era um bolo duro e difícil de engolir. Não me causou nada de novo (Exceto gases). Vimos um cara ao nosso lado tendo um tipo de convulsão devido ao uso de drogas, mas pude perceber que isso é normal lá... enfim... Saímos porque a fumaça de maconha alheia estava forte e voltamos ao Red Light District para mais algumas voltas.
Menu do Coffee Shop
Alguns "produtos" no mostruário
Vista externa de um dos milhares de Coffee Shops que existem em Amsterdam
Energético um pouco diferente do que estamos habituados
Eu e o Rodrigo decidimos entrar em várias cabines só pra perguntar o preço mesmo hahaha (Pobre é foda), e algumas mostravam os peitos, abaixavam as calcinhas entre outras coisas que não posso falar neste horário rs.
O fato curioso é que não é o cara que escolhe a mulher que vai ter sexo. Na verdade, são elas que escolhem a clientela. Se o cara chegar e quiser algo e ela não quiser, ela expulsa o cara mesmo, vi isto várias vezes andando pelos becos de lá. E quando você está tranquilamente andando na rua e uma delas ir com a sua cara, elas fazem de tudo pra chamar a sua atenção, batendo nos vidros, te chamando... é realmente muito interessante!
Já eram quase 4 da manhã quando percebemos a hora e decidimos voltar ao Hostel, afinal tínhamos muito o que fazer no dia seguinte.
Outra foto escondida, agora com mais detalhes de como elas ficam nas vitrines
Na manhã seguinte, tomamos o nosso café da manhã e fomos novamente para a rua. Desta vez tínhamos um destino um pouco mais cultural e histórico. O Museu da Anne Frank (Sobre este museu, eu vou contar em outro lugar, afinal é uma história riquíssima). Ficamos na fila por aproximadamente 1 hora até conseguirmos entrar. Lá é realmente incrível.
Estátua em homenagem à Anne Frank em frente ao seu museu
Seguimos o nosso caminho e fomos a famosa inscrição Iamsterdam. É um trocadilho em inglês de I am Amsterdam (Eu sou Amsterdam). O dono do Hostel me disse que as pessoas que realmente gostam da cidade, devem ir lá e tirar uma foto, como prova de que você realmente é uma pessoa do local rs. É longe pra burro do centro e cheio de zigue-zague nas ruas de Amsterdam. Foi ótimo porque conseguimos ver algo além do centro histórico. O uso de bicicletas na Holanda é muito forte e eu e o Rodrigo vimos um engarrafamento de bicicletas, enquanto no transito estava tudo ok. Postarei o vídeo deste engarrafamento assim que conseguir tempo para isto. Vimos construções interessantes e um povo sempre pra lá e pra cá. É impressionante como os holandeses são altos. Eu não sou alto, tenho 1,76m e me achava um tampinha perto deles.
Bicicleta, tram e ruas tranquilas no caminho
Um dos muitos canais de Amsterdam
Finalmente chegamos ao nosso destino. Depois de muito andar, eis que está a inscrição. Pude perceber que eles colocaram esta inscrição num parque próxima ao Museumbrug. Um museu que foi reformado por 6 anos e custou 60 milhões de euros. Esta foi uma forma do visitante tirar foto na inscrição que já é famosa, e também ir ao museu. Infelizmente quando nós fomos ele ainda estava fechado para reforma.
Agora eu posso dizer: Iamsterdam
Parte frontal do Museumbrug
No fim, voltamos ao hostel para descansar e saírmos a noite. Nesta ultima noite não tirei fotos. Apenas fui para aproveitar ao máximo esta cidade que é incrível.
No dia seguinte eu e o Rodrigo acordamos cedo, fizemos o check-out e fomos a pé para a rodoviária Amstel, a mesma que viemos, mas desta vez não estava chovendo e foi uma caminhada de pouco mais de meia hora.
O que mais me chamou atenção nesse período em Amsterdam, é que o preconceito quanto a qualquer tipo de coisa não existe. O mais incrível é que todos se respeitam do jeito que são. Nós, brasileiros, deveríamos aprender e muito com os holandeses.
Esta cidade realmente me marcou, quero voltar lá outras vezes e se possível levar todos os meus amigos. Posso dizer que esta minitrip que fiz com o Rodrigo, passando por França, Holanda e Bélgica foi a melhor que já fiz. :)
Assista o vídeo abaixo com mais algumas informações e vídeos e não se esqueça de curtir :)
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