Criar um Site Grátis Fantástico

 

Parceiros mais top do Will no Mundo ;)

Blog Estudando lá fora

Grupo What do I travel for?

Meu blog é neutro em CO2

Fake - O agregador de links mais Original da Net


Berlim
Berlim

Assista o vídeo para mais imagens e leia o texto abaixo para mais informações.

 

Cheguei em Berlim vindo de Estocolmo, na Suécia e pousei no Aeroporto de Schönefeld, um distrito um pouco afastado de Berlim. A capital da Alemanha é um exemplo em transporte coletivo, mas vou confessar que Berlim é um pouco confusa na questão dos trens. Eu viajei com as minhas amigas Fernanda e Laysla. Teríamos que sair do aeroporto e pegar um trem na S-Bahnhof (Estação de trem) até a estação de Berlin Jannowitzbrücke. Deveríamos pegar o trem S9 sentido Spandau, porém pegamos somente um S9, sem estar escrito a direção. Eu e a Laysla estávamos esperando o próximo, mas a Fernanda queria pegar o sem a descrição para poder chegar logo ao Hostel e disse que seria o mesmo trem. Relutamos mas acabamos embarcando. Resultado: Saímos de Berlim e paramos em Zeesen, uma pequena vila ao sul de Königs Wusterhausen, já fora de Berlim. Tivemos que pagar outra passagem e pegar outro trem para o destino certo.

 

Zeesen

 Estação de Zeesen

 

Finalmente chegamos à estação correta e fomos direto para o Hostel Singer 109. Eu fiquei impressionado com a qualidade e a beleza do Hostel, sem falar que a diária custava 8 euros num quarto com 4 camas sem café da manhã e 13 euros com café da manhã (Não era um simples café da manhã, mas um verdadeiro banquete). O lado negativo é que somente um funcionário por turno falava inglês, portanto quando este não estava, tivemos que esperar o funcionário bilíngüe voltar.

 

Singer 109

Hostel Singer 109

 

Feito o check-in, decidimos andar por Berlim (Sim, a pé). Nada melhor do que caminhar por uma das maiores e mais importantes capitais da Europa. Como em quase 99% das minhas viagens, não fiz planejamento algum esperando me surpreender com o que via. Então eu e as meninas decidimos a fazer um Walking Tour. Chegamos em cima da hora bem a frente do Portão de Brandemburgo. O local é um marco histórico da Alemanha e um antigo símbolo da divisão da cidade e do mundo já que um dia separou a Berlim Oriental da Ocidental. Existem muitos artistas de rua lá fantasiados com algo ligado a história da Alemanha, onde ganham a vida com gorjetas de fotos tiradas com eles.

 

Brandemburgo

Portão de Brandemburgo


Era possível escolher o Walking Tour em diversas temáticas, mas optei pelo histórico, além disso, é possível escolher em várias línguas, tais como alemão (óbvio), inglês, francês, polonês entre outras. Optamos por um tour em língua inglesa. O nosso guia se chamava Daniel, um franco-alemão que falava um inglês muito bom (Caso raro na Alemanha). Logo no começo Daniel contou a importância do Portão de Brandemburgo ao longo de sua história (Não vou contar isso aqui porque isso tem aos montes na internet), em seguida o Daniel nos mostrou o bairro de Tiergarten, um local com um parque muito grande, várias estátuas e monumentos (Contarei mais a frente).

 

Siegessäule

Straße des 17. Juniem no bairro de Tiergarten

 

Em seguida, rumamos uma quadra ao sul do Portão em direção ao Holocaust-Mahnmal (Memorial do Holocausto). O local é um memorial ao ar livre em homenagem as vítimas judias do holocausto. Este memorial é relativamente novo, sendo inaugurado em 2005 e custou algo em torno de 20 milhões de eurecas.

 

Monumento da Liberdade

 Holocaust-Mahnmal com o guia Daniel olhando para a câmera

 

A poucos minutos a pé do memorial, fomos ao Führerbunker. Sim, o local onde Hitler se abrigou durante a Segunda Guerra Mundial. Obviamente o local é de acesso proibido (Parte subterrânea). Este lugar era onde constituía a saída para os jardins. O guia nos disse para assistir o filme “A Queda” (Der Untergang), pois é o melhor filme que retrata as últimas horas de Adolf Hitler. Daniel ainda disse, que o local onde estávamos pisando, seria teoricamente, o local onde o corpo de Hitler havia sido jogado e carbonizado, para assim não deixar nenhuma prova do mesmo. O fato mais curioso que pude notar, é que os alemães realmente deixaram de ser preconceituosos e que possuem uma grande vergonha do que seus antepassados fizeram um dia, prova disso, é que no lugar do Bunker, existe um conjunto de apartamentos de classe média com estacionamentos. Eles resolveram “esquecer” o passado negro eliminando qualquer traço de nazismo sobre o local.

 

hitler morto

Local onde teoricamente o corpo do Hitler foi carbonizado

 

Placa

Informações sobre o local do bunker

 

Em seguida fomos a uma parte do famoso muro de Berlim (Confesso que estava super empolgado, afinal era muita informação histórica para um aficionado em história e geografia como eu). Fiquei surpreso com a quantidade de lojas de souvenir ao redor. Cada uma delas vendendo toneladas de pequenas rochas que diziam ser do muro de Berlim (Óbvio que não eram).  Tirei uma foto clássica em frente ao muro e rumamos para um local até então desconhecido para mim: O Checkpoint Charlie.

 

Muro de Berlim

Eu em frente ao Muro de Berlim

 

 

Checkpoint Charlie hoje em dia, é uma atração turística importante em Berlim, mas no passado, era conhecido como Checkpoint C pelos ocidentais e os orientais referiam ao Checkpoint Charlie oficialmente como Grenzübergangsstelle. O Checkpoint Charlie foi projetado como um simples posto militar para passagem de estrangeiros e membros das Forças Aliadas da Alemanha Ocidental para a Alemanha Oriental. Haviam mais dois pontos como este em Autoban (Auto-estradas), porém este ficou famoso por ser bem próximo ao centro de Berlim. Hoje em dia é possível tirar fotos no local, inclusive com artistas fantasiados de soldados da época da II Guerra, mas a gorjeta é cara, 20 euros por uma foto. Como minhas viagens são sempre em baixíssimo custo, obvio que não tirei foto com eles rs.

 

Checkpoint Charlie

 Checkpoint Charlie

 

Após o Checkpoint Charlie, Daniel nos levou para a Gendarmenmarkt, mas antes passamos por um centro comercial de Berlim não comum aos turistas. Achei interessante, pois é uma mistura de Rio de Janeiro com São Paulo. Pessoas de terno, senhoras fazendo compras... bem interessante.


Centro Berlim

 Centro de Berlim

 

Gendarmenmarkt. Este é o nome da praça que é considerada a mais bonita de Berlim pela população local. Concordo plenamente. Afinal a praça é composta por três belos e harmoniosos edifícios: no centro a Konzerthaus (Casa de Concertos) e as praticamente idênticas Französischer Dom (Catedral Francesa) e a Deutscher Dom (Catedral Alemã). No centro da praça tem ainda uma estátua do poeta Friedrich Schiller, que foi feita por Reinhold Begas e inaugurada em 10 de novembro de 1871.

 

Konzerthaus

 Konzerthaus

 

Deustcher Dom

Deutscher Dom

 

Estátua

Estátua de Friedrich Schiller

 

Continuamos andando em direção a Berliner Dom e antes de chegar ao destino me deparei com a Humboldt-Universität zu Berlin (Humboldt Universidade de Berlim). Fiquei extremamente encantado. Sou geógrafo de formação e Alexander von Humboldt é considerado o pai da geografia moderna. Valeu a pena para uma foto em frente à Universidade.

 

Humboldt

 Humboldt Universidade de Berlim

 

Mais uma vez paramos antes de chegar ao nosso ponto final. Desta vez é um local chamado Neue Wache. O interior da Neue Wache mostra a escultura da artista Käthe Kollwitz que se mostra como mãe segurando seu filho morto. O fato curioso é que existe uma abertura no teto da construção. Até então normal, mas o diferencial é que devido à latitude de Berlim, a estátua é iluminada 100% pela luz natural no dia em que o filho morreu. (Infelizmente não sei a data correta, mas sei que é em junho). É proibido chegar perto da estátua. Existem dois guardas super mal educados “espantando” os turistas que dão um passo mais a frente do limite (que não é visível).

 

Memorial

Neue Wache

 

Aeee.... Finalmente terminei o tour nos jardins da Berliner Dom (Catedral de Berlim). O jardim é conhecido como Lustgarten (Jardim das Delícias). Não sei o porquê deste nome, mas pude perceber. Havia um solzinho gostoso com uma brisa melhor ainda. A grama é verde e bem cuidada. Local bom pra relaxar após um walking tour cansativo, porém bem cultural. Paguei a “gorjeta” ao Daniel (10 euros) e me sentei um pouco no local. Havia um prédio bonito ao lado da Catedral e mesmo com o tour terminado, perguntei ao Daniel o que era aquilo, e ele me disse que se tratava de um museu chamado Altes. Não entrei, pois estava cansado, mas externamente é muito bonito.

 

Berliner Dom

 Berliner Dom com a Torre da TV ao fundo

 

Altes

Altes

 

Após descansar, fui para o Hostel, tomei um banho e desci para o lobby do Hostel. Fiquei conversando com a funcionária da noite do hostel chamada Kirsten. Super simpática e para minha surpresa ela fala PORTUGUÊS. Ela disse que morou no Brasil por quase 1 ano fazendo trabalho comunitário com índios no Amapá. Como estava tarde e o hostel estava sozinho, fiquei a noite no hostel conversando com ela, jogando sinuca e tomando Jägermeister (bebida típica alemã).

 

Sinuquinha básica

 Sinuquinha básica no Hostel

 

No dia seguinte acordei cedo, tomei um banho e fui pra rua pra mais um dia de andança sem rumo. Olhei no mapa alguns pontos que poderiam ser interessantes para mim e fui para a rua com a Laysla. A Fernanda não quis ir com a gente e fez um roteiro próprio.

Saímos andando e fomos em direção ao bairro de Tiergarten. O local é muito bonito, pois 50% dele são de área verde. Foi construído para ser um local de caça para os antigos reis da Prússia.  Neste parque, ao longo da principal rua do bairro, a Straße des 17. Juni (Rua 17 de junho) pude observar pequenas e grandes construções arquitetônicas no meio do verde. Algumas me chamaram bastante atenção como, por exemplo, a Sowjetisches Ehrendenkmal. Consiste em um memorial de Guerra Soviético, para lembrar dos soldados do Exército vermelho que morreram durante a Segunda Guerra Mundial. Bela homenagem dos alemães num dos pontos mais famosos de Berlim. Pedi a Laysla pra tirar várias fotos até uma delas ficar bonita (Leia-se menos pior rs).

 

Memorial

 Sowjetisches Ehrendenkmal

 

Durante todo o trajeto da Straße des 17. Juni é possível ver uma estátua muito bonita ao fundo. Trata-se da Siegessäule (Obelisco da Vitória). Mais um monumento pra comemorar as conquistas militares da Prussia durante os anos de 1800. Confesso que achei que estava perto deste monumento, mas na realidade não estava. Ele é enorme (Aproximadamente 70 metros de altura) e é visto desde o Portão de Brandemburgo. Levei aproximadamente meia hora a pé para chegar nele, mas valeu à pena. Claaaro que tirei algumas fotos

 

Memorial

 Siegessäule

 

Partindo dali, mas também dentro do parque, nós fomos ao Schloss Bellevue (Palácio de Bellevue). Este palácio é onde residem todos os presidentes da Alemanha, no caso, Joachim Gauck (Não, Angela Merkel não é a presidente, é a chanceler da Alemanha). Obviamente não pudemos entrar por se tratar de uma residência real.

 

Bellevue

Palácio de Bellevue

 

Já se aproximava do meio dia e eu e a Laysla estávamos começando a ficar com fome. Decidimos parar de olhar as coisas e procurar um restaurante. Como sou vegetariano, não é fácil achar algum local pra comer sem pesquisar antes. Achamos um num estilo bem medieval, mas com comida aparentemente boa. Não lembro o que a Laysla comeu, mas eu pedi uma salada de palmito de entrada, macarronada de prato principal e salada de frutas de sobremesa. Um verdadeiro banquete. Preço final: 9 EUROS. Super barato por se tratar de Europa. Como estávamos meio perdidos (Ver mapa em alemão não é fácil, mesmo pra mim que já fiz algumas aulas do idioma) nós fomos até a estação de Hauptbahnhof, a estação central de Berlim para dali partirmos para algum outro lugar.

 

perdido

Perdido em frente a estação Hauptbahnhof

 

No fim, decidimos não pegar nenhum trem ou ônibus, pois as melhores vistas são sempre a pé. Fomos desta estação a pé até Berlim Oriental, local que foi ignorado pelo mundo durante a Segunda Guerra Mundial que não recebem turistas. Levamos aproximadamente 1 hora. Confesso que o lado mais oriental é outra Berlim dentro de Berlim. Parece um subúrbio de uma cidade grande brasileira, com aquela sensação de insegurança ao andar pelas ruas.

 

 Berlim oriental

Danziger Straße, em Berlim oriental

 

Berlim oriental

Parte sul da Danziger Straße 

 

Para a minha surpresa, achei uma placa de publicidade numa rua chamada Knaackstraße pichada com a seguinte descrição: “Tourists go home”. Ou seja, “turistas, vão para casa”. Fiquei surpreso por saber que isto ainda exista por lá, mesmo com toda a campanha anti-racismo ao longo de todos esses anos.

 

Placa

Pichação xenofóbica na Knaackstraße

 

Continuando a andança, me deu vontade de ir ao banheiro. Decidi entrar em algum bar para usar o banheiro. Nisso a Laysla pediu um chá para disfarçar a minha ida ao banheiro. Quando sai do banheiro percebi que o barman estava olhando para a gente com cara feia. Para a minha surpresa achei uma garrafa de 51 no balcão de bebidas e comentei com a Laysla sobre isso em português, quando o barman percebeu e falou num tom ameaçador pra gente: “What’s up foreigners?” (E ai estrangeiro?). Comentei com ele que éramos brasileiros e que a 51 é muito famosa no Brasil. Pronto. O cara mudou completamente para melhor com a gente hahah. Falou que já esteve no Brasil, que os brasileiros são super legais, etc... Temos moral lá na Alemanha. Ai ele explicou que lá, eles não são muito chegados em britânicos e estado-unidenses. (Entendo o porquê). Como “gratidão” por sermos brasileiros, ele me deu uma dose INTEIRA (Copo cheio) de 51, sendo que a dose custava 5 euros. Tomei é claro. Agradeci e fomos embora. Assim que deixamos o bar, achei uma lojinha simples e comprei uns cartões postais e voltamos para o centro para visitarmos a torre da TV no final da tarde.

Pagamos 5 euros (entrada mediante apresentação da carteirinha de estudante) e tivemos que esperar menos de 10 minutos pra subir. A vista é sensacional do alto da torre.

 

Torre

Dentro da Torre da TV

 

Torre

Torre da TV ao fundo

 

 

No início da noite fomos embora já exauridos de tanto andar. Voltei ao hostel, tomei um banho e dei aquela cochilada básica de cansaço. Após acordar, fui sozinho pra uma baladinha grátis. Como estava muito cansado nem fiquei muito animado, mas pude perceber que era bem boa. (Não lembro o nome do local).

No dia seguinte saí para comprar algumas lembranças pela manhã, tais como camisetas, postais e enfeites de geladeira. Voltei na hora do almoço porque teria que pegar um vôo para a Noruega na mesma tarde.

Na hora de ir para o aeroporto de Schönefeld, mais um problema com os trens. As estações são confusas e os funcionários não falam inglês. Lá fui eu novamente com meu alemão horroroso perguntando em qual plataforma ir. Perguntava para os funcionários apontando para o nome da plataforma: "wo bekomme ich diesen Zug?" (Onde posso pegar este trem?). E a funcionária meio sem paciência respondeu: "Plattform drei" (Plataforma três), apontando para seguir reto.

Finalmente conseguimos embarcar no trem e chegamos a tempo de pegar o nosso Ryanair com destino a Noruega :)

 

 

Prós

  • Os preços mais baixos de todas as capitais da Europa ocidental
  • Cultura extremamente rica
  • Povo alemão no geral é simpático

 

Contras

  • Quase ninguém fala inglês
  • Falta de informação ao turista
  • Trens confusos






    Quer ver mais imagens? Acesse o meu Facebook e veja as fotos da Alemanha. Album liberado